Mood: Marisa Monte - Carinhoso
Não perguntes. Pouco sei.
O porquê de não haver quem
me conheça e aparentemente
aos olhos de toda a gente
não ser incógnita para ninguém
Senão para mim. Espalhou-se assim
boato de colo onde regressar
e ironicamente olhando em frente
só eu não sei do meu lugar.
Sede de soltura à desgarrada
criança tola à beira da estrada
Tenho fome e boca desbocada
ao tom de quem me queira dobrar
Não sou guerra de empates
Foge antes que morda ou te deixe ganhar
Rende-me o colo e descansa
que finjo não o querer
Antes mesmo de me aconchegar bem.
Mas não o digas a ninguém
Dá-me como perdida, sem remédio
desamparada, a morrer de tédio
Cuida desta reputação
de afecto incompetente
Para que não perceba essa gente
que só consigo gostar de ti.
E vou assobiando o desinteresse
até que mostres que ter poiso
não é pertencer-te mais do que a mim.
Talvez sejas um lugar de ficar
se me souberes gostar assim.
Não perguntes. Pouco sei.
Que destes trilhos
não perguntei por ti a ninguém.
E apanhando esse Malandro
que ensaia a manha de ir cruzando
nossos caminhos e as bocas
vou dizer-lhe algumas, vou.
Mas poucas.
Comentários
Chateias-me por escreveres tão bem, mas escreveres tão pouco!
Chateias-me porque me deixas um gosto bom na boca depois te provar as tuas palavras, mas depois deixas-me tempos sem te poder ler...
Será que não sabes?... ou não queres saber?...
Beijo amiga minha! de saudade...
se me souberes gostar assim."
Fiquei aqui pendurado... e cheio de dúvidas! Teremos nós o direito de pedir isso? Poderá alguém gostar-nos mesmo mesmo assim? Do modo que queremos? E conseguiremos nós fazê-lo de volta? Tal como ele gostaria? E o tempo? Que quantidade de tempo e por quanto tempo? E viver sem isso? Ou em lume brando? Desistir desse sonho? Tentamos? Esperamos? Até quando?
"Pouco sei."
Mas sei que gosto muito de ler-te! E que me faças pensar com o que escreves!
Beijos