Mood: Carlos Paredes


Cruzei-me contigo algures pela cidade
ou sem querer num canto da boca
 dessa humidade.


Somos da pele quente os olhares encostados
mundo aberto, de bocas se queimando
E gostar-te é nada disto. Basta saber-te por aí.

E o sangue amordaçado.
Soltá-lo, ao egoísmo da febre.

[Finalmente, sossegámos o bicho inquieto que nos habita,
na quietude da pele. Em madrugadas de ombros azulados...]








Comentários

mfc disse…
Das poucas pessoas que conseguiram exprimir o que realmente é ser português, o Carlos Paredes foi quem o fez com maior mestria.

Da poesia, nada há a acrescentar. Nunca houve.
Joana disse…
Este é só um cantinho onde se escreve sem pretensões, só isso. A acrescentar alguma coisa não será certamente por aqui. Mas de certeza que se pensares nalguns poetas dos nossos, os verdadeiros, encontras exemplos de quem o fez.
E Carlos Paredes é sempre aquele arrepio... Muito bom.
Miguel J. T. V. disse…
Moodzinha!

Bastam os acordes do mestre, enquadrados na bela foto... ai como eu já olhei tanto para ali, bebado ou não sempre curti tamanha beleza, nostalgia, mistério, noite acesa a velhos candeeiros, bonito sim, e a ouvir o paredes, bebado posso até chocar contra alguma (parede), mas é bom!!!!! Assumo!!!

Cumprimentos mixed by Jameson 12 anos!
Anónimo disse…
Não imaginas como me identifico com as tuas palavras... e são estes arrepios que não sossegam que melhor preenchem a nossa vida!

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