Permissão

Permiti a mim mesma
enlouquecer neste segundo
Caminhar neste mundo,
voar, cair, gritar,
e ai de quem me queira curar
Saborear tanto mel quanto permitam provar,
A sede por saciar
Sentir a gravilha quente nos pés
Palmilhar de lés-a-lés
Chorar alegrias, fome ou dor
Abraçar cada um com fulgor
Varrer qualquer lembrança de sobriedade
deixar-me invadir de embriaguez
que mate esta carestia de uma vez
para logo de seguida
ficar esfomeada outra vez
sedenta de soltura,
abstinente de rodopio
ressacada de loucura
de tamanho fastio
Que tal embriaguez
de beber a vida em copo de três
é o que de lúcido a vida tem
Estás sóbrio, amigo?
vem beber também.

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